sábado, 9 de junho de 2012

O convite

Fui convidado a ir numa vidente pra saber um pouco do meu futuro, disseram-me que tudo ela podia ver.
Curioso me preparei e peguei a estrada, no caminho o assunto não era outro se não relacionamento, um pouco chato pra quem passou a maior parte da vida na frente dos computadores.
O lugar era tão longe que a noite caiu como pedra em queda livre, num certo momento entramos numa estradinha de barro e arvores secas, tipico senário de filmes de terror. 
Um cagaço sobrenatural tomava conta de mim, ao olhar pela janela vi um lago ou pântano a neblina impedia uma boa visualização, umas roupas penduradas nos galhos secos, logo fechei o vidro do carro e me agarrei a amiga que estava ao meu lado e pensei:
 - nos filmes as mocinhas sempre morrem primeiro, então terei tempo pra escapar e salvar minha vida.
Quando chegamos na casa da Dona Vidente, uma jovem muito bonita nos recebeu, entramos e ficamos sentados numa grande sala. os moveis pareciam ser do seculo passado, ou melhor da época de Dom Pedro I, uma cabeça de Pantera Negra pendurada na parede parecia decorar o lugar, talvez seria uma estratégia terrorista, pra não duvidar-mos da dona da casa. Ora, se alguem é capaz de matar e tirar a cabeça de uma pantera o que faria com um simples homenzinho?
Depois de quase uma hora de tortura psicológica, a suposta Vidente nos recebeu dizendo ja estar nos esperando a algum tempo e que era chegada a hora.
pensei:
- Fudeu Neguim, vou sair daqui antes que o cara da serra elétrica entre pela porta e eu comece a gritar feito uma garotinha.
Cara, quando criei coragem pra olhar pra Dona vidente, me arrependi de ter sido corajoso, ela era uma velha feia, com nariz de bruxa, um olho grande e outro pequeno, com um pouco mais que três dentes na boca, só faltou o carinha dos jogos mortais parecer na Tv pra eu me mijar todo.
Fomos encaminhados para uma salinha, onde tinha uma mesinha branca, com flores brancas e uma roupinha branca, ficamos la por alguns minutos até a Dona chegar, ela sentou na cadeirinha branca e pediu pra darmos as mãos e não abrirmos os olhos porque "O cara" já estava chegando.
Novamente pensei: 
Porra mano, corre enquanto dá tempo, ela esta de olhos fechados nem vai te ver. Calmamente me levantei bem devagar e quando eu ia dar o primeiro passo a dona começou a tremer e falar um dialeto estranho. Pronto mijei a porra toda, eu não ia nem pra frente nem pra tras, a Veia tremia de um lado e minhas pernas de outro, no ápice do medo, quando eu ja estava segurando na cortininha de palitinhos a Dona gritou:
- assente-se vocês pois ainda não é chegada a hora.
Como assim vocês? eu nem sou gordo, mas mesmo assim fui me sentar.
novamente ela gritou :
- você não homem de pouca fé, e sim esses que vos acompanha.

FUDEU GERAL, olhei pra todos os lados e só tinha eu de pé, meus amigos pareciam estar numa especie de transe médium neural. A dona levantou e começou a caminhar na minha direção, respirei fundo e resolvi encarar o bicho de frente, ela me deu um abraço apertado e disse pra eu não ficar com medo, que tudo ficaria bem.
Ah tah, ela com aquela voz grossa e olhos virados dizendo que ia ficar tudo bem.... 

(continua...)        

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